Fotógrafa iniciante - desastre.

Lá estava eu, prestes a completar 1 ano fotografando eventos e eis que surge o que eu posso chamar de - meu primeiro desastre em público. Seria menos constrangedor se eu não fosse a única fotógrafa mulher no recinto cheio de profissionais onde nenhum com menos de quarenta anos!!! Imagine a seguinte ocasião: Casamento de parente de linhagem direta de políticos influentes no estado da Paraíba. Imaginou? Ok. Ocasião número dois: Igreja lotada, o padre já iniciou a celebração de união amourosa e a fotógrafa ainda não chegou! Todos os padrinhos já entraram, a noiva inclusive. E qual é a regrinha básica para quem registra eventos/casamentos? Vamos juntos, repitam comigo: Fotografaarrr a noooiva entraaandoo na igreeejaaa!!!! Isso... Muito bem! Já vi que aprenderam mesmo!

Na ocasião 2, a ausência da fotógrafa não é tão má assim para o acontecimento do evento em geral. Visto que haviam no mínimo duas equipes contratadas registrando a celebração. Uma de vídeo composta por: camera man, cabo man, iluminador man, acompanhante man, guardador de material man - e outra de fótografos composta por: fotógrafo (com duas cameras penduradas nele), ajudante de fotógrafo (fazendo segunda camera - momentos mais descontraídos dos convidados, noivos, pais dos noivos e detalhes que o fotografo principal não tem tempo ou não está no melhor angulo de registrar), menininho que fica segurando o flash à radio e esposa do fótógrafo (fazendo a câmera 3 para registrar até o pensamento dos noivos). Todos à carater. Um verdadeiro esquadrão de urubus bem equipados em seus trajes formais pretos (cor que caracteriza as pessoas que estão trabalhando em um evento). No meu caso, sendo "a fotógrafa da revista" no momento, não pegar o instante da noiva entrando na igreja é uma falha um pouco grave, com 3 pontos na escala richter, mas não é o fim do mundo - já que a revista tem muitos contatos e uma imagem cedida e creditada em meia página ou em um quarto de página ( leia-se 1 sobre 4 = 1/4 ) nunca foi assunto de reclamação entre fotógrafos. Enfim... Ah! E não poderia deixar de citar que - fora eu, haviam mais outros dois fotógrafos representando mais outras duas mídias e um fotógrafo em especial que eu não sei de onde é, mas estava lá e me chamou atenção pelo seu excelente trabalho. (Menininho dos sapatos marrom, se estiver lendo, parabéns pelo seu trabalho!) E as colunistas....... claroooo! as colunistasss!!!! Só que estas estavam em meio aos convidados. Não no no front, junto a nós, os urubus de preto. kkkkkkk Relatada as ocasiões, posso agora explicar o que aconteceu.

- Eu tropecei!

.....Ronaldo!

Calma!!! Não desistam de ler ainda! A confusão toda é que um tropeço comum vale uma risada, mas um tropeço incomum vale sua reputação! E o meu valeu as duas coisas. Nunca vi uma raça tão ruim como essa galera que registra evento. Parece que gostam de ver quem tá começando agora se f%@#*& mesmo! Gente... Eu já estava chegando atrasada, correndo feito louca, apressada e sem prestar atenção onde estava indo, pisando ou em quem estava esbarrando ao mesmo tempo que colocava as 4 pilhas na minha falecida S3is da Canon (foi com ela que comecei). Repito, a igreja estava muuuuito lotada, fui tentar entrar pelo salão principal e acabei pisoteando o delicado pézinho de uma arquiteta famosa aqui da cidade. Só pelo "ái" da bixinha, desisti de ir por esse percurso e procurei uma alternativa. Nisso, vou me aproximando do altar por um corredor paralelo ao salão principal da igreja. O caminho está livre, apenas com algumas cerimonialistas e um ou outro que não aguentava o calor ou não estava afim de relembrar momento igual de suas vidas. Como diria um amigo meu - o dia de seus enforcam... opa, digo.. casamentos. A pressa é inimiga de muitas coisas e o nervosismo acaba cegando alguns graus a mais de sua visão. Quase alcançando meu objetivo - o altar - dei aqueeeeeela tropeçada massa na bengala de ....... Ronaldo! Foi aí que morri. +_+ Se fosse na bengala de algum velhinho simpático que estava assistindo a missa, ou coisa assim, seria muito tranquilo e a troca de sorrisos, desculpas e gentilezas seriam dignas de uma cena de novela das 6h. Mas eu tinha logo que tropeçar em Ronaldo Cunha Lima? /medo. Sabe quando a cena que antes parecia acelerada, sem profundidade de campo e apenas com um objeto em foco se torna tensa, em camera lenta, em widescreen e com visão panorâmica de 360° ? Pois é, nessa hora vi cerca de 3 pessoas ameaçarem se levantar de suas cadeiras para acudir/reparar a situação. Vi um dos carinhas que estavam filmando virando e recriminando toda aquela cena com um sutil, porém muito perceptivo "espremer de olhos", vi a avó da noiva acompanhando o trajeto do objeto chutado com o olho esbugalhado, percebi - mas não enxerguei - algumas cabeças virando todas ao mesmo tempo para trás por conta do barulho que fez e senti o sangue esquentar, as bochechas corarem e as pernas tremerem enquanto tentava alcançar o que chutei num movimento que mais parecia o andar de um grande e pesado sapo. Constrangedor. É o que posso afirmar. No final das contas, pedi mil desculpas, que foram aceitas, esperei alguns minutos o sangue voltar a circular pelo resto do corpo e fui fazer meu trabalho. Passado o minuto de tensão, foi a hora de começar a ouvir as piadinhas maldosas dos urubus velha-guarda. O resto aconteceu naturalmente e a vida de todo mundo continuou. Inclusive a minha e a de .....Ronaldo!

Veja a cena:

Mirem el objecto en posición de ataque:

Imagens: Rafaela Tabosa / Arquivo: Outubro de 2007

Só mais uma coisinha: Minhã visão política é miope. Não tenho partido e não sei naaada e nem gosto do assunto. Portanto, não quero outra coisa com esse post, a não ser contar a minha própria experiencia. As imagens postadas aqui já foram publicadas antes.



Obs.: Por favor, não pesquisem nada sobre ninguém na wikipédia. Por favor, eu imploro!!!